sábado, 12 de fevereiro de 2011

DANDO UMA RASTEIRA NO “SEMPRE FOI ASSIM”

Por ir. Nilma do Carmo de Jesus

Neste número de “Missão é vida”, queremos falar de duas mulheres que ousaram transformar o rumo da história. Para isso, assumem papéis que vão desafiá-las e nem por isso se amedrontam, mas ao contrário, atrevem-se a enfrentar a beleza e as dificuldades do ministério que lhes foi confiado.
A primeira é Dilma Rousseff, mineira, eleita pelo povo brasileiro no dia 31 de outubro 2010 para ser a primeira presidente mulher por um mandato de quatro anos. Mulher destemida com profundas convicções. Ela faz parte das vítimas da ditadura militar, foi presa e torturada. Sem dúvida, ela saberá presidir com a firmeza de uma mulher sofrida e com o tom feminino de quem sabe educar e contribuir para o desenvolvimento do país, procurando acabar com a miséria que fere a dignidade humana.
A segunda é Aung San Suu Kyi Nyein Chan Naing, da antiga Birmânia, atual Myanmar, da cidade de Rangum, sobre uma das margens do Lago Inya. Ganhadora do prêmio Nobel da paz, libertada no dia 13 de novembro 2010, depois de sete anos de prisão domiciliar pelo regime militar de Myanmar. Mulher capaz de promover a paz, a reconciliação, a união, o diálogo e a democracia; mulher destemida sem mágoas nem rancor: “Sou pela reconciliação nacional. Sou a favor do diálogo e, qualquer que seja a minha autoridade, quero utilizá-la para esse fim”. Aung San Suu kyi quer uma revolução pacífica que leve à democracia, onde todos tenham vez e voz.
Acredito que a profetisa e juíza Débora poderá servir de fonte inspiradora para essas duas mulheres políticas, pois antecedeu o seu tempo e soube ser uma mulher política, corajosa, destemida e se definia como “Mãe de Israel”. (cf. Juízes 4,4-10), assim como Dilma e Aung San poderão ser “Mãe do Brasil, Mãe de Nyanmar”. Mulheres que sabem usar de ternura e também sabem ser firmes nas suas decisões.
Duas mulheres de dois continentes bem diferentes, mas com muita coisa em comum: o ministério da liderança. Elas têm a audácia de desmitificar o tabu “sempre foi assim”, de ir contra corrente, para mostrar à sociedade e a Igreja que o olhar de outra cultura, o jeito feminino de coordenar, presidir podem fazer a diferença. Que Dilma e Aung San Suu sejam mulheres de transformação, de presença e geradoras de vida como foi Débora. As duas estão dando uma rasteira na mesmice, para dar um novo rumo à história. A ousadia dessas duas mulheres nos impulsiona a acreditar ainda mais que o potencial que o Senhor coloca em cada uma de nós deve ser colocado a serviço da missão, de uma vida doada e acolhida no seu quotidiano.

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